terça-feira, 19 de abril de 2011

ENTREVISTA COM O JORNALISTA WELLINGTON CAMPOS

1º Onde começou sua carreira de jornalista?

Eu comecei em Formiga, MG, na Rádio Difusora Formiguense em 1.981. Lá aprendi a fazer de tudo no rádio. O Interior é uma grande escola devida as dificuldades, você acaba sendo repórter, locutor, noticiarista, operador, publicitário. Enfim, sai bem cascudo.

2º O que você fez para trabalhar na radio?

Primeiro foi gostar de rádio pelo seu imediatismo da informação e o grande amigo que ele é. Ouvi muito programas de rádio, esportes, notícias, músicas e tudo que ele oferece. Minha entrada no rádio ocorreu de brincadeira. FIzemos um torneio de futsal em Formiga com os grupos de jovens da Igreja Matriz São Vicente Ferrer. Eu, Gervásio e Adélfio tivemos a idéia de pegar o gravador Phillips da Sandrinha para entrevistar os jogadores antes dos jogos, assim como fazemos profissionalmente, para depois das partidas ouvir os entrevistados e dar boas gargalhadas. O locutor da Rádio Difusora, Jaime Mendonça, era do meu time e no intervalo dos jogos pediu para ouvir a fita. Ficou admirado com a qualidade das perguntas e fez convite para trabalhar com ele. Aceitei e hoje estou aqui.

3º Qual a coisa mais importante para trabalhar em uma rádio como Itatiaia?

A Rádio Itatiaia é respeitada no Brasil e no mundo pelos seus ouvintes e concorrentes pela qualidade de som e seriedade dos profissionais. A fidelidade com a notícia é a grande marca da emissora. A Itatiaia é Minas Gerais onde ela for, veste a camisa e briga pela nossa gente e nossos ideais. Destaco isso ai.

4º Um Fato marcante na sua carreira?

Olha, são muitos fatos marcantes, afinal são 5 copas do mundo, 3 olimpíadas, 8 copas América, jogos da Seleção Brasileira pelo mundo. Dois deles envolveram Ronaldo Fenômeno. Na convocação para Coap de 94 nos EUA, Ronaldo estava na toca da Raposa ao lado do Paulo Rodrigues com o fone de ouvido da Itatiaia e soube através de mim que estava convocado. A imagem foi para mundo todo. o outro foi em 2002 na Espanha preparação para Copa Coréia/Japão. Uma entrevista feita por mim com Reinado Pita então procurador de Ronaldo falava da insatisfação dele com salário mais baixo que outro jogadores da Inter de Milão e que não ficaria na Itália depois da Copa. A Gazeta Dellesportes da Italia publicou a matéria e a Inter ficou brava tentando desmentir. Depois do mundial Ronaldo foi jogar no Real Madrid e editorial do jornal abriu assim; "e tudo começou com a reportagem da Rádio Itatiaia de Belo Horizonte..."

5º Qual foi sua maior dificuldade como jornalista?

Também foram muitas. Todo dia tem alguma coisa difícil, é normal. Mas conviver com o Luis Felipe Scolari na Seleção foi muito difícil. Certa vez discutimos e deu vontade de partir para cima dele depois de uma resposta mal educada. Pensei bem, conversei com o Antonio Lopes que era Coordenador da Seleção e resolvi não fazer mais perguntas a ele. Sem eu pedir vários colegas acompanharam minha atitude e também deixaram de fazer perguntas. Durante a Copa 2002 com a escassez de perguntas nas coletivas do Felipão o assessor Rodrigo Paiva pedia para colaborar com ele fazendo questionamentos ao treinador. FOi a única vez que tive dificuldade com alguém no futebol.

6º Qual o jornalista que você mais admira? Por que?

Tem muita gente que eu gosto. E também tem gente que eu respeito mas não admiro o trabalho. Falando de repórteres gosto muito dos estilos do Roberto Abras da Itatiaia, Tino Marcos da Tv Globo, Alair Rodrigues nos anos 70 no rádio mineiro, aqui no Rio, Kleber Leite, Denis Menezes, Eraldo Leite, Fernando Fernandes Tv Band. Vanderlei Nogueira Jovem Pan, mas tem um que é especial, muito completo, Izrael Gimpel da Jovem Pan. Ele foi da Rádios Tupi e Globo aqui no Rio. Foi o homem que criou quadro gols da rodada no rádio, antes da tv, criou a função de correspondentes de futebol no rádio. Faz carnaval, política, policia e tem muitas histórias para contar aos 78 anos na ativa, Deus abençoe ele.

7º Um fato engraçado que aconteceu com você trabalhando?

Tem muita coisa hilária. Na eliminatória da copa do mundo de 2006 o Brasil foi jogar em Lima com o Peru. Éramos uns seis jornalistas no vôo da seleção que decolava imediatamente após o jogo. No desembarque na sexta-feira pegamos uma van o aeroporto e combinamos com o motoristas de levar o grupo ao treinamento no sábado, esperar e trazer de volta ao hotel. Deu tudo certo. Então combinamos daquela van nos levar para o estádio no domingo e nela ficariam nossas bagagens para sair direto para o aeroporto. No domingo de manhã aparece a van com o motorista trazendo o filho dele de uns 11 anos para ver o jogo, porém, sem ingresso entraria conosco nas cabines. Concordamos, fomos bem cedo para o estádio e colocamos o garoto com a gente. Pagamos pizzas, refrigerantes, sorvetes e guloseimas para o garoto no estádio com o pai dele lá fora tomando conta da van com as nossas bagagens. De posse do filho dele, o motorista não podia fugir com as nossas malas. Fizemos o jogo e quando chegamos ao estacionamento a van tinha sido rebocada pela policia de trânsito informou o policial daquele portão. Sem saber o que fazer, de repente uma voz grita pelo garoto. Era o pai dele com a van lá de fora do estádio e com nossas malas salvas. Depois de muitas gargalhadas no trajeto d até o aeroporto, concluímos que se não tivéssemos "seqüestrado o garoto"nossas malas não reportariam ao Brasil.

8ª Você pensava em ter outra profissão, e em algum momento pensou em mudar de profissão?

Minha paixão pelo rádio aconteceu muito cedo. Gostar de escrever, conhecer lugares. O bom do rádio que nenhum dia é igual ao outro. É tudo diferente a cada dia. Nunca pensei em mudar.

9º O que você espera do futebol mineiro esse ano?

Que o Cruzeiro continue crescendo no cenário nacional e internacional. O Atlético que encontre um caminho também de crescimento e acertos depois do susto do ano passado com tantas contratações. O América que ele consiga permanecer na primeira divisão nacional e principalmente que o Estádio Independência fique pronto logo para que os clubes possam exercer o chamado mando de campo.

10º O que ta achando das contratações e vendas dos jogadores do Cruzeiro?

O Cruzeiro está repensando algumas posições, fazendo caixa para contratar bem e liberando alguns jogadores que não deram certo. Hoje se faz contrato de 5 anos e pouco se movimenta em negociações. O mercado europeu está quebrado, sem grana. A base é muito forte. Precisa sim de um homem gol. Mas onde está ele?

11º O que você ta achando das contratações e e dispensas dos jogadores do Galo para essa temporada?

Quase que foi tudo por água abaixo em 2010. O Fluminense salvou o Galo goleando de 5x1 e a queda do Luxemburgo. Se ele ficasse mais duas rodadas o Galo cairia. Agora vem contratando bons jogadores como Richarlyson, Jobson (tem que tomar juízo) Magno Alves, tem tudo para dar certo.

12° Explica para os mais novos que querem trabalhar na rádio, como que é, e como que faz para chegar em uma radio tão importante como a Itatiaia?
Ouvir rádio. Ser ouvinte de rádio para aprender como faz. É importante também ter jeito para coisa e a faculdade ajuda a conhecer de forma acadêmica a profissão. Agora, se não gostar de trabalhar, sábado a noite, domingo, feriados, madrugadas, então é melhor pensar em outra profissão. Concursos para BNDES, Banco do Brasil, Caixa, serviço público, etc. Na Rádio Itatiaia o compromisso com a boa informação dura 24 horas porque o dia só tem 24 horas. É muito legal trabalhar na Rádio de Minas. Abraços a todos.

6 comentários:

Anônimo disse...

Grande entrevista.O Wellington Campos é um respeitado jornalista e trabalha com imparcialidade.Vocês estão de parabéns por mais essa grande tacada.Abraços @CacaHenrique77

Sandrinha Fernandes disse...

Um grande jornalista, um grande exemplo de pessoa e profissional. Parabéns pela entrevista.
@SandrinhaP2

Anônimo disse...

Muito bacana a entrevista. Parabéns!

zequinha som disse...

parabens pelo susseço orgulho muito de ter sido companheiro quando jovem zequinha som

blackmoraes disse...

deixe meu vasco em paz seu jornalista frustado, jornalista de meia pataca, vá olhar o que seus filhos e sua mulher estão fazendo, deixe as redes de são januariio que o vasco cuida delas.

Anônimo disse...

Sou o José e o Wellington Campos é meu conterrâneo de Formiga, de onde saí em 1965 e vim para BH.Foi uma alegria saber que ele é de MG e da cidade das areias brancas.Excelente jornalista e repórter, tem voz marcante que soa bem aos nossos ouvidos. Que Deus o abençõe sempre!

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